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A COP 30 é oportunidade para os jovens


Capa comemorativa criada pela Câmara Municipal de Belém em comemoração a COP30


"São eles que vão enfrentar os graves problemas que vão acontecer daqui a 20 anos", diz o diretor do Pacto Mundial de Jovens pelo Clima, projeto ligado à ONU. Ele está em Brasília para o lançamento de seu livro, "Os Sete Saberes Necessários à Educação Sobre as Mudanças Climáticas"


Para o professor e pesquisador da Escola de Estudos Avançados em Ciências Sociais da França, Alfredo Pena-Vega, a realização da COP 30 em Belém do Pará, em 2025, é uma grande oportunidade para incentivar a educação ambiental entre os jovens brasileiros. Pena-Vega atua há nove anos como diretor do Pacto Mundial de Jovens pelo Clima, projeto internacional ligado à Organização das Nações Unidas (ONU) que reúne jovens em diversos países para discutir medidas de combate às mudanças climáticas e sugerir propostas concretas para serem implementadas em suas regiões, especialmente aquelas de menor renda.


professor está em Brasília para o lançamento de seu livro Os Sete Saberes Necessários à Educação Sobre as Mudanças Climáticas, que acontece nesta terça-feira (13/6) na Universidade de Brasília (UnB). A obra foi lançada na França em 2021 e trazida ao país num momento crítico em que o Brasil precisa assumir, segundo o pesquisador, uma posição de liderança no trato com o meio ambiente. Pena-Vega aproveitará ainda a visita à capital para apresentar propostas à ministra do Meio Ambiente e da Mudança do Clima, Marina Silva, nesta segunda-feira (12).


Como você avalia o cenário atual do Brasil em direção a uma gestão sustentável?


Tenho bastante fé de que esse pode ser o momento. Muitas coisas convergem, hoje. Pessoas à frente do país têm um discurso, e uma ação, em prol daquilo que consideramos importante para o mundo e para a sociedade brasileira. Deve haver uma consciência do mundo político de que os jovens estão muito atentos àquilo que acontece, e muito preocupados. São eles que vão enfrentar os graves problemas que vão acontecer daqui a 20 anos. Os políticos de hoje, me desculpe, não estarão mais aqui. Eu também não. Temos que deixar, pelo menos, um caminho para que seja mais fácil enfrentar e vencer as grandes crises. Como adultos, temos um compromisso com os jovens. Nosso programa, este livro, outros documentos, de outros colegas, têm que servir para isso.


Os efeitos da educação levam tempo para se concretizar. Com a urgência das mudanças climáticas, esse retorno não seria demorado demais?


Não! Nosso projeto já tem quase nove anos. Já vemos o resultado nos meninos que, quando começaram, tinham 14 anos de idade. Hoje eles estão na universidade, no mundo do trabalho, nas associações, e são ativos. São jovens que vieram de escolas públicas, da classe média-baixa. Nossa esperança é que sabemos o que resulta do trabalho. É uma questão de tempo, e hoje as coisas são muito mais rápidas. Podemos fazer por telefone, temos cursos virtuais, eles podem se informar nas nossas plataformas. Há uma facilidade para que eles tragam também informações e nós, com os professores e com os cientistas, avaliamos se as informações são corretas ou não. A urgência é hoje, mas temos a confiança de que pode dar resultado a médio prazo. A curto prazo, eu diria que é um pouco otimista demais. Daqui a 15 anos podemos ter um bom número de jovens que serão adultos e que vão ter outra reflexão, outra visão de mundo.


E como se transforma um projeto como o seu em uma mudança que possa beneficiar toda a sociedade?


Como foi feito no Chile, eu acho que o nosso projeto deve ser de política pública, inserido dentro do programa de educação, porque isso vai atingir todos os brasileiros e brasileiras. No Chile, ele já está se preparando para ser política pública, Acho que essa é a via. Uma vez que se torna política, dificilmente um outro governo pode tirar. Pode modificar, pode desmantelar um pouco, como está sendo feito aqui, mas acho difícil, principalmente quando se trata da educação. Seria um passo importante para o Brasil, e ele se tornaria um dos poucos países com uma política nesse sentido, de educação sobre as mudanças climáticas para os jovens.


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